Dra. Ully Cunha

A bexiga caída, conhecida cientificamente como prolapso de parede anterior ou cistocele, é uma condição caracterizada pelo deslocamento da bexiga urinária em direção à vagina devido ao enfraquecimento ou à ruptura dos músculos e ligamentos que a sustentam. Esse problema é muito comum em mulheres e que tem um impacto na redução da qualidade de vida.

Neste artigo, exploraremos detalhadamente as causas, consequências, opções de tratamento e a importância do acompanhamento ginecológico especializado.

Dra. Ully Cunha

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A cistocele geralmente ocorre devido a um enfraquecimento do assoalho pélvico. Este enfraquecimento pode ser causado por:

  1. Gravidez e parto vaginal
    O parto, especialmente em casos de bebês grandes ou múltiplos, pode causar danos significativos aos músculos e ligamentos pélvicos. A força empregada durante o trabalho de parto aumenta o risco de cistocele.
  2. Envelhecimento
    Com o avanço da idade, há uma perda natural da elasticidade e do tônus muscular, afetando o suporte do assoalho pélvico.
  3. Menopausa
    A redução nos níveis de estrogênio durante a menopausa contribui para o enfraquecimento dos tecidos que sustentam a bexiga.
  4. Pressão crônica no abdome
    Condições como obesidade, tosse crônica (decorrente de doenças respiratórias), constipação severa ou levantamento excessivo de pesos podem gerar pressão na região pélvica.
  5. Cirurgias na região pélvica
    Intervenções como a histerectomia podem alterar a anatomia e comprometer a estabilidade dos órgãos pélvicos.

A gravidade da cistocele pode variar de leve a severa, influenciando diretamente os sintomas e as consequências para a saúde da mulher. Entre os efeitos mais comuns, destacam-se:

  • Dificuldade em urinar
    Pode ocorrer uma sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, levando a infecções urinárias recorrentes.
  • Dor ou Desconforto
    Mulheres com cistocele frequentemente relatam desconforto na região pélvica, que pode piorar ao permanecer em pé por longos períodos.
  • Impacto na Vida Sexual
    Algumas mulheres podem sentir dor ou pressão durante a relação sexual, o que pode levar a um impacto negativo na vida íntima.
  • Prolapso Vaginal Visível
    Em casos graves, a parede da bexiga pode sair da abertura vaginal, causando constrangimento e dificuldades adicionais.

O tratamento depende da gravidade da condição e do impacto na qualidade de vida da paciente. As opções incluem:

1. Abordagens Não Cirúrgicas

  • Fisioterapia do Assoalho Pélvico
    Exercícios como os de Kegel ajudam a fortalecer os músculos pélvicos e são particularmente eficazes em casos leves.
  • Dispositivos de Suporte (Pessários)
    Inseridos na vagina, os pessários oferecem suporte estrutural à bexiga, aliviando sintomas.
  • Mudanças no Estilo de Vida
    Perda de peso, gestão de constipação e evitar levantamento de pesos podem reduzir a pressão na região pélvica.

2. Tratamentos Cirúrgicos

  • Colpoplastia anterior
    Cirurgia reconstrutiva que reposiciona e fixa a bexiga, restabelecendo sua anatomia habitual.

3. Terapias Hormonais

Em mulheres no climatério, o uso de terapia hormonal pode ajudar a melhorar a força dos tecidos vaginais e prevenir maiores problemas.

O acompanhamento regular com uma uroginecologista é essencial para avaliar a eficácia do tratamento e prevenir complicações. Além disso, algumas medidas preventivas podem reduzir o risco de cistocele:

  • Exercícios do assoalho pélvico
    Manter a musculatura pélvica fortalecida ao longo da vida ajuda a prevenir problemas futuros.
  • Controle de peso
    Reduzir o excesso de peso diminui a pressão sobre o assoalho pélvico.
  • Evitar constipação crônica
    Consumir uma dieta rica em fibras e hidratar-se adequadamente previne esforço excessivo ao evacuar.
  • Técnicas adequadas para levantar pesos
    Usar a força das pernas em vez da região lombar ou abdominal.

A cistocele é uma condição tratável que, com diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado, pode ser gerida eficazmente. As mulheres devem procurar assistência médica ao notar sintomas iniciais para evitar a progressão do problema.

Adotar hábitos saudáveis e manter um acompanhamento regular, são passos fundamentais para garantir uma boa qualidade de vida.

O mais importante é procurar uma ginecologista especializada ao notar sintomas, para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

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