Dra. Ully Cunha

O cisto de Bartholin é uma condição relativamente comum em mulheres em idade fértil, que pode causar desconforto e, em alguns casos, evoluir para complicações mais graves.

Este artigo aborda em detalhe o que são os cistos de Bartholin, as suas causas, sintomas e tratamentos disponíveis.

Dra. Ully Cunha

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As glândulas de Bartholin são duas pequenas estruturas localizadas na entrada da vagina, uma de cada lado.

A principal função dessas glândulas é garantir a lubrificação da região, ajudando na relação sexual.

O canal que transporta este fluido pode, por vezes, ficar obstruído, causando o acúmulo de secreção no interior da glândula, o que leva à formação de um cisto.

O cisto de Bartholin ocorre devido à obstrução dos ductos das glândulas. Quando o canal que libera o fluido é bloqueado, este acumula-se na glândula, formando uma espécie de “bolsa” preenchida com líquido.

Principais causas:

  1. Infecções bacterianas:
    • Bactérias como Escherichia coli (comum em infecções urinárias) ou mesmo microrganismos sexualmente transmissíveis, como a Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis, podem causar inflamação ou obstrução dos ductos.
  2. Trauma ou irritação:
    • Lesões ou fricção excessiva na região vaginal podem levar à inflamação e, consequentemente, ao bloqueio dos canais.
  3. Alterações anatômicas:
    • Algumas mulheres apresentam predisposição anatômica que favorece a obstrução dos ductos.
  4. Alterações hormonais:
    • Fases de maior atividade hormonal, como a idade fértil, podem influenciar na produção de secreções e aumentar o risco de cistos.

Nem todos os cistos causam sintomas. Muitas mulheres descobrem o cisto acidentalmente, ao palpar um pequeno inchaço na região vaginal.

O diagnóstico é feito por uma ginecologista, com base no exame físico.

Em alguns casos ou quando há infecção, os sintomas podem ser:

  • Inchaço de um dos lados na entrada da vagina.
  • Dor ou desconforto, especialmente ao sentar, caminhar ou durante o ato sexual.
  • Vermelhidão e calor no local.
  • Febre (casos de abscesso, que é uma infecção mais grave do cisto).
  • Saída de pus se o cisto romper.

O tratamento do cisto de Bartholin varia de acordo com os sintomas e a gravidade do caso. A maioria dos cistos pequenos e assintomáticos não requer tratamento específico, mas é essencial monitorar a sua evolução.

Opções não cirúrgicas:

  1. Banhos de assento com água morna:
    • Ajuda a aliviar o desconforto e pode facilitar o esvaziamento espontâneo do cisto.
  2. Antibióticos:
    • Indicados em casos de infecção, especialmente se houver formação de abscesso.
  3. Drenagem simples:
    • Em casos de cistos maiores ou dolorosos, a ginecologista pode realizar uma pequena incisão para drenar o conteúdo.

Cirurgia e procedimentos avançados:

A cirurgia pode ser necessária em casos recorrentes ou complicados. As principais opções são:

  1. Marsupialização:
    • Um procedimento que cria uma abertura para que a glândula drene o fluido.
  2. Excisão da glândula de Bartholin:
    • Chamada de cirurgia de Bartholinectomia é o tratamento mais definitivo, pois remove a glândula de Bartholin.

Embora muitos casos sejam tratados de forma conservadora, a cirurgia é indicada nas seguintes situações:

  1. Recorrência frequente:
    • Quando os cistos voltam repetidamente, interferindo na qualidade de vida da paciente.
  2. Formação de abscesso:
    • Abscessos são infecções que requerem drenagem imediata e, em alguns casos, intervenção cirúrgica.
  3. Tamanho significativo:
    • Cistos muito grandes que causam desconforto ou interferem em atividades diárias.
  4. Falta de resposta ao tratamento conservador:
    • Quando métodos como drenagem simples ou antibióticos não resolvem o problema.

Após a cirurgia, é fundamental seguir as orientações médicas para evitar complicações e promover a cicatrização. Isso inclui:

  • Higiene local;
  • Uso de antibióticos, se necessário;
  • Abstinência sexual temporária para evitar irritações;
  • Retorno às consultas para monitorizar a recuperação.

O cisto de Bartholin é uma condição que, embora comum, pode ser desconfortável e até preocupante para muitas mulheres. Felizmente, existem várias opções de tratamento eficazes, desde medidas conservadoras até intervenções cirúrgicas.

O mais importante é procurar uma ginecologista especializada ao notar sintomas, para garantir um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado.

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